sábado, 18 de dezembro de 2010

Porque foi nosso, torna-se NÓS

"Para isto eu nasci e vim ao mundo,
para dar testemunho da verdade”

Jesus Cristo veio e renovou todas as coisas; mostrou-nos que é preciso, simplesmente, dar e repartir o pouco que cada um possui, pois tudo o que se reparte, torna-se até mais do que suficiente. E nos mostrou isso através de testemunho vivo, opondo-se a uma sociedade individualista e mesquinha.

Ao tomar o pão e o cálice em Suas mãos e os distribuir com os discípulos, oferecendo-os como seu corpo e sangue e instituindo a eucaristia, Ele manifesta o sentido de sua vida e morte, anuncia uma nova forma de vida, onde os homens podem relacionar-se entre si na liberdade e na justiça. A eucaristia é o momento em que Cristo nos convida a fazer o mesmo: comungar, partilhar o pão, e viver a serviço do outro.

Hoje, Nutricionistas, (re)conhecemos a importância do alimento para nosso corpo e nossa alma; temos, portanto, a responsabilidade, o dever e, principalmente, o compromisso de garantir, a todas e todos, o acesso ao pão, a esse alimento que é Vida. E para que possamos celebrar a vida, precisamos, necessariamente, denunciar a violência, a injustiça e a opressão de milhões de pessoas que, ainda hoje, morrem de fome. Precisamos denunciar o acúmulo, a riqueza e o lucro sem medida, o supérfluo, a ganância e a ambição.

“Cada momento que foi nosso, porque foi nosso, torna-se “NÓS” (Fernando Pessoa). Agora, em mais um de nossos momentos, gostaria de partilhar com vocês, colegas aqui presentes, o compromisso de, enquanto profissionais da Nutrição e acima de tudo, enquanto seres humanos que, durante o nosso viver diário “possamos, então, pedir o pão ‘nosso’, não o ‘meu pão’; que possamos pedir o que precisamos para cada dia, não para acumular. Esse pedido nos compromete tanto com a partilha como com um consumo mais simples. Quando todos tiverem o pão de cada dia e respeitarem esse direito, sem fazer exceções, a humanidade será mais feliz” (CF 2010: “Economia e Vida”).

Esses cinco anos de convivência diária, de partilha, aprendizado e crescimento, foram recheados com experiências, vivências com “tanta e muita diferente gente” e, por isso, carregaremos um pouco de cada “gente onde quer que a gente vá”.

Obrigada aos que me permitiram fazer parte de suas histórias e que me carregarão aonde quer que estejam.

Que a ausência, que, agora, será mais presente, não signifique o esquecimento.

Mensagem à turma concluinte do curso de Nutrição - UFRN 2010.1

Marina Noronha Costa do Nascimento

Nenhum comentário:

Postar um comentário